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Notícia - Roteiros

Conheça o Parque Nacional da Serra da Bocaina
Parque abrange SP e Rio e reserva uma diversidade de paisagens e atrativos naturais

De tão grandiosa, cerca de 104 mil hectares de área, sua extensão abrange São Paulo e Rio de Janeiro. Imensa também é sua beleza, mais uma das maravilhas naturais preservadas do Brasil. Falamos do Parque Nacional da Serra da Bocaina, com diversas paisagens e atrativos naturais em razão de sua dimensão e localização e grande variação de altitude – que vai das praias do litoral fluminense até 2 mil metros nas porções de serra.
Controlado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o parque reserva praias, piscinas naturais, rios, cachoeiras, picos e mirantes, além de uma riqueza abundante de flora e fauna típica da Mata Atlântica. Onça-pintada, suçuarana, preguiça de coleira e inúmeras espécies de aves tem o território como casa. Preparado para fazer esse passeio? Daniela FIlomeno te leva para dentro do parque e desbrava junto com você todas as maravilhas que ele reserva no episódio do CNN Viagem & Gastronomia*. 
Sua sede fica na cidade paulista de São José do Barreiro, a cerca de 274 km da capital, e, além das belezas naturais, também reúne atrativos de interesse histórico e cultural. O parque abrange destinos que conservam muito bem tanto a cultura caipira quanto a caiçara, dada suas porções serranas e litorâneas. Também há caminhos e trilhas do ouro, caminhos históricos remanescentes ainda da época dos tropeiros.
A Serra da Bocaina é uma parte da Serra do Mar que se liga também à Serra da Mantiqueira, bem na faixa limítrofe entre os estados de São Paulo e Rio. Assim, para ficar mais fácil de se localizar, divide-se o parque em duas partes: a “alta”, referente às porções de serra, e a “baixa”, que alcança o litoral. Curiosidade: o ponto mais alto do parque é o Pico do Tira o Chapéu, a 2.088 metros de altitude, um dos mais elevados pontos do estado de São Paulo.

História
Entre o litoral fluminense e o Vale do Paraíba, o caminho foi aberto ao longo do tempo por indígenas e tropeiros, e é uma que região guarda os vestígios dessas andanças nesta faixa de Mata Atlântica da Serra do Mar. Assim, a história local se confunde com a história do Brasil, onde a região foi sendo explorada pela caça, depois pela busca do ouro e suas trilhas para chegar ao mar. Mais tarde, as passagens foram também importantes na produção da cana-de-açúcar e café do Vale do Paraíba.
Em 1971, durante o regime militar no Brasil, foi instituída por meio de Decreto Federal a criação do Parque Nacional da Serra da Bocaina entre os estados de SP e RJ. No início, eram 134 mil hectares de parque, área reduzida a 104 mil hectares um ano depois.
Junto da Mata Atlântica, desde 1992 é reconhecido como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO, o que significa que ali há uma busca pela conciliação entre a conservação da biodiversidade com o uso sustentável do território. Ao todo, o parque abrange diversas cidades históricas do interior paulista, como São José do Barreiro, Areias, Ubatuba e Cunha, assim como Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

O que fazer
Devido a sua extensão e diversidade de relevos, há também uma gama de atividades que podem ser realizadas dentro do parque, seja na porção serrana ou na faixa litorânea. Para quem gosta de trilhas,  uma ótima opção é o apelidado por alguns como o “paraíso do trekking no Brasil”. Além dos caminhos para cachoeiras e pontos de observação, a trilha mais famosa ali é a do ouro, chamada de Caminho de Mambucaba, que possui cerca de 50 km e geralmente é percorrida em três dias.
A mesma trilha também pode servir como passeio histórico e cultural, já que guarda, em alguns trechos, o calçamento original dos tempos do Brasil Colônia e Império. A região serrana conserva ainda traços da cultura caipira e tropeira e, no litoral, há comunidades consideradas caiçaras e quilombolas.
De acordo com o ICMBio, as estradas que cortam o parque também recebem muitos adeptos do mountain bike, que encontram desafios em meio aos relevos acidentados da região e realizam a atividade em grupos.
Pontos para banhos em rios e cachoeiras não faltam por ali. De norte a sul, o parque é cortado pelo rio Mambucaba, o qual forma corredeiras e cachoeiras ao descer pela serra. O rio Bracuí, em Angra dos Reis, e o córrego Melancia, em Paraty, são de menores extensões, mas também cortam o parque e formam corpos d’água lindos de se ver.
Observação da fauna e da flora e descanso e contemplação são ainda atividades que podem ser realizadas no parque em razão de sua grande diversidade e belas paisagens.
Principais atrações
É importante ressaltar que o parque não está consolidado em termos de visitação, ou seja, suas imediações devem ser percorridas por conta própria, em que não há oferecimento de prestação de serviços aos turistas. Assim, também não há cobrança de ingresso para adentrá-lo. Em termos de compreensão, as atrações são divididas de acordo com a serra ou litoral.

Serra - É na parte “alta” do parque que o turista pode encontrar cachoeiras, picos e mirantes. Nesta porção encontra-se a mais famosa das trilhas do ouro, o Caminho de Mambucaba, cujo acesso se dá por São José do Barreiro.

Trilha do Ouro – Caminha de Mambucaba - É uma das principais atrações. É um antigo caminho colonial construído no século XVII para escoar o ouro que vinha de Minas. Ela possui cerca de 50 km e percorre o topo da Serra da Bocaina, descendo até a vila de Mambucaba, no litoral do Rio. Cachoeiras, araucárias, bananeiras tropicais e lugares históricos, como fazendas centenárias e ruínas de um antigo engenho de cana-de-açúcar, podem ser encontradas pelo caminho.

Cachoeira de Santo Isidro - Situada a 1,5 km da entrada principal, a cerca de 45 minutos de caminhada, é a cachoeira mais próxima da sede na região serrana de São José do Barreiro e uma das mais conhecidas do parque. A queda tem cerca de 70 metros e possui um poço para banho.

Cachoeira das Posses - Seu acesso é feito a partir da portaria, em que se caminha aproximadamente 8 km de distância, percorridos em 3 horas e meia por uma estrada sem pavimento. Pega-se então uma trilha de cerca de 200m até a cachoeira, em que se encontra um ótimo local para banho em meio a uma queda de aproximadamente 40m de altura.

Cachoeira do Veado - Parada obrigatória para quem faz a Trilha do Ouro. Ela fica a quase 27 km da portaria principal do parque e consiste em duas quedas de mais de 100 metros.

Pedra da Macela - É um dos pontos de observação mais relevantes do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Localizada a 1.840 metros de altitude, ela está nos limites de Paraty (RJ), mas seu acesso se dá por Cunha (SP) através de uma trilha de 5 km a partir de uma estrada asfaltada. Aqui é possível notar a interação entre serra e mar, em que se tem uma visão privilegiada de 360º da Ilha Grande, das baías de Angra dos Reis e Paraty e até boa parte do Vale do Paraíba.

Pico Tira o Chapéu - É um ponto culminante da Serra da Bocaina e um dos passeios que levam os visitantes a um local incrível para apreciar o pôr do sol. São cerca de 2.088 metros acima do nível do mar, o que garante uma maravilhosa vista do Vale do Paraíba. Para se chegar ao topo deve-se fazer uma subida de 5 km de dificuldade razoável, sendo recomendado o acompanhamento de um guia.

Quando ir
A melhor época para se visitar a parte serrana do Parque Nacional da Serra da Bocaina é quando há uma menor intensidade de chuvas, ou seja, entre os meses de maio e agosto. Este período compreende também uma queda nas temperaturas, em que chegam a atingir uma média de 10°C – segundo o ICMBio, as mínimas podem chegar a 2°C negativos nas madrugadas mais geladas. Assim, os banhos nos rios e cachoeiras ficam menos favoráveis nesta época.

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Autor: CNN Brasil
Data: 23/02/2022